27 de dez. de 2013

Meticulosidade Jurídica, Preciosismos Legais e de Pronomes de Tratamento, com muito Português Forense


E lá se foi mais um capítulo da novela do campeonato brasileiro envolvendo os juristas. Confesso que fico com inveja desses tais proclamadores do português forense, visto que a intransigência da educação brasileira em nos qualificar para o entendimento da língua de uma forma culta, primando pela linguagem coloquial, nos permite pensar que palavras como “insta” servem apenas para aplicativos de fotos, e que “mister” remete ao pronome de tratamento da língua inglesa.

É nesse proferido discurso banhado a jargões jurídicos que encanta a tanta gente que vemos a real função da língua jurídica, falar muito para enganar nossas mentes vencendo-as pelo cansaço. Que diga o Exmo Auditor Dr. Alexandre Macedo que já não aguentava mais a falácia do outro Exmo Auditor, o Sr. Dr. Décio cacete na Lusa Neuhaus ao explicar os artigos, caputs, parágrafos e leis que sustentavam sua defesa.

Chega ao ponto da meticulosidade nos fazer pensar apenas no pontinho que estava errado dentro de todo o contexto. É impressionante, volto a dizer, impressionante a total mudança de opinião do outro também Exmo. Sr. Dr. Paulo Schimitt ao diferenciar o “Caso do Tartá” do “Caso do Héverton”. Não chego a ir nem tão longe, como diz o comentarista, Arnaldo César Coelho, a regra é clara. E sendo clara, tornou-se escura para a Lusa, visto que o Cruzeiro pagou multa pela mesma infração enquanto esta, não tão grande (há dúvidas quanto a isto) quanto à agremiação mineira, recebeu punição deveras severa (que legal, acho que usei uma palavra difícil!).

Parabéns Supremo Tribunal de Justiça Desportiva! Cumpriu-se a Lei. Cumpriu-se em seu rigor. Fico feliz com esta aplicação justa e significativa do papel e fico na esperança de que os papéis fiquem sempre sendo assim cumpridos à risca. Procurando-se aqui e ali alguma forma de condenar alguém que por ser pequeno pode levar a pancada forte, enquanto os maiores recebam carícias e sejam colocados para ninar aos mais belos contos de Sherazade.

Cumpra-se a Lei, mesmo quando alguém roube um pão para comer e por isso receba a pena ao rigor do que está escrito. Usemos sim o princípio da legalidade para legitimar o coletivo acima do individual, principalmente se o coletivo do Superior usar as cores Verde, Branco e Grená.

Parabéns ao Advogado da Portuguesa João Zanforlin (corretamente chamado de Dr.) por ter dado uma brilhante bofetada na cara de todos os Auditores, Relatores e demais que mereçam (seja por educação ou por imposição de título) receber os pronomes Exmo e Doutor, ao dizer que “Nada é legal, se for imoral”. E a imoralidade tomou conta dessa decisão, por isso torna-se ilegal às vistas desta frase que de nada vale, pois com o Craque do Brasileirão (recurso interposto junto ao STJD) Sr. Dr. Mário Bittencourt, advogado do FluminenCe jogando ninguém vence nada!

Fico estarrecido ao perceber que o Sr. Exmo. Digníssimo, Vossa Santidade Doutor Paulo Schimitt sugerir “perdão aos incompetentes” pela falha jurídico-administrativa. Pois também perdoo, Sr. Dr. Exmo, etc. e tal... Perdoo aos que lhe por incompetência jurídica não tem um apoio tão grande nas bancadas legais quanto outros. Perdoo o Fluminense por não ter a capacidade e a hombridade de se livrar dentro de campo e depender de caputs, artigos, parágrafos, resoluções, leis e estatutos para justificar o injustificável: não honrar os que os antecederam e permitiram o clube chegar até onde chegou.

No mais, ano que vem estarei na expectativa do lançamento da camisa da Portuguesa e torço para que esta mesma venha nos moldezinhos da camisa do tetra-rebaixado Fluzinhosemhonraesemvergonha para que eu possa comprar a minha.

SRN

Antonio Alves de Melos Neto

#dezenovecontraum